Monday, February 26, 2007

sujeito indefinido

Querida usurária.
Em toda a minha vida. Aquela que não sendo só minha é minha por definição. Não encontrei ninguém que fosse às riscas. Apenas tu. Entrando no edifício. O tal onde fica o canto que te arrasta do outro. O grande minúsculo canto. Vejo-te ao fundo e chego-me sem te tocar e cheiras a opaco de cor. Vou escorregando no som da alcatifa. E é só isso que me vês. O som da alcatifa. Portanto és cor. Digamos. Cor que resulta de todas as outras cores sem seres negra. (Porque negra sabes ao frio do mar. E pelo mar não se aventura qualquer um.) Mas se vou escondida através de trás de tudo e tocas-me sem me chegar. Tocas-me de vermelho. Pode ser. És tu quem vem e me toca e até se transparecem as cores de forma que és às riscas nos outros momentos todos. Quando sei que existes às riscas. Transparente às riscas. De que cor. As riscas?
Transparentes.
Às riscas.

rumo sem passeio

passos sem olhos são os passos que tenho. de passagem vem a aragem, miragem dos olhos que passam passando sem encontrar. olhos abertos, despertos. concretos. vêem sem cessar os caminhos que não chegam a passar. nas esquinas há sempre quem passe sem cruzar, quem olhe sem ver em quem se vai deter e com que corpo acordar.
mente-se no casamento do casal casado. em minha casa tenho um casaminto, diz a cara-metade cansada de cada caso tido. descaradamente minto.
é um caso sério, encontrar o que sinto.

Thursday, February 22, 2007

um homem segue no comboio. vê-se logo que segue no comboio um homem que segue nos seus olhares escondidos cada pessoa que no comboio segue sentada sem se desviar do que segue passando pelo comboio. não desejam ser perseguidas por olhares escondidos do homem que segue no comboio olhando vezes seguidas pessoas consecutivas que sentadas seguem no comboio em seguimento sem olhar ao que segue o homem que não segue lá fora seguindo dentro do comboio alguém que não se segura e se sente muito seguido pelo homem que o segue e decide satisfazer o seu sétimo sentido e sová-lo no seguimento da sensação de ser seguido pelo olhar escondido do homem abalroado atordoado que, cego, segue sem saber porque raio no comboio alguém lhe foi bater.